11-JUL-2014 - EHUNMILAK - 168K
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11-JUL-2014 - EHUNMILAK - 168K
Prova: EHUNMILAK - Ultra Trail Race
Local: Besain - País Basco - Espanha
Data: 11 de Julho - 18h00
Distância: 100 Milhas = 168 Kms
Desnível Positivo: 11.000 mt
Tempo Máx. de prova: 48 horas
Inscrição já efetuada! Vai ser a prova rainha deste ano!
Site da Prova: http://www.ehunmilak.com/index.php/en/enrollment/ehunmilak-2
Local: Besain - País Basco - Espanha
Data: 11 de Julho - 18h00
Distância: 100 Milhas = 168 Kms
Desnível Positivo: 11.000 mt
Tempo Máx. de prova: 48 horas
Inscrição já efetuada! Vai ser a prova rainha deste ano!
Site da Prova: http://www.ehunmilak.com/index.php/en/enrollment/ehunmilak-2
100 Milhas Ehunmilak
Uma prova tão dura quanto bonita. O País Basco é uma zona montanhosa com condições climatéricas de extremos. Tão depressa está um sol e uma temperatura de 20 a 25º, como mal subimos a uma montanha desce rapidamente a poucos graus positivos, com nevoeiro e vento gélido.
Por alguma razão as paisagens são totalmente verdejantes, pois a humidade e chuvas repentinas mudam completamente duma hora para outra.
Esta prova na qual depositava grandes expectativas, foi alvo dum mau planeamento de ultima hora. Por razões profissionais só consegui o dia de sexta-feira (dia da prova) pelo que tive de fazer a viagem (quase 1000 km em 9h30) toda na noite de quinta para sexta, fazendo uma a duas pausas para dormitar. Não pude contar com o meu filho para conduzir pois devido a ter arranjado emprego na semana passada impossibilitou que nos acompanhasse. Felizmente deu para cancelar o quarto para os filhos sem quaisquer encargos.
Como também não consegui o dia de segunda-feira, implicava que teria de fazer a viagem de regresso na noite de domingo para segunda o que implicaria mais uma noite sem dormir. Teria a Paula de fazer a viagem toda de regresso a conduzir.
Chegámos na manhã de sexta, levantámos o dorsal e fomos até ao Hotel na tentativa de descansar um pouco, o que foi quase nada. Praticamente depois de almoço já estávamos na partida para entrega dos sacos para muda de roupa, controle de material e inicio da prova.
Começamos logo por subir á montanha com um desnível de quase 1800 mts até aos 20 km, que atingi com 3h52 (38' antes do controlo). Chovia torrencialmente e havia muito nevoeiro, com temperaturas baixas. É incrível que mesmo com este tempo e num sitio deserto, havia uma quantidade de gente a aplaudir e a incentivar os atletas.
Cheguei aos 53 km com 12h30 (uma hora antes do tempo limite) o que me fez acreditar ser possível ultrapassar os controles muito restritos até aos 80 km. Tal como no Mont Blanc, a partir daqui começam a ser mais dilatados. No entanto o pouco descanso que tive, a privação do sono e o cansaço da viagem faziam os seus danos. Por várias vezes me dei conta de dormir em corrida, apesar da cafeína da coca-cola e os diversos cafés nos abastecimentos.
Mal eu sabia que esta nova etapa até aos 66 (de apenas 13 km) iria demorar quase 5 horas. Só numa descida a pique de pouco mais de 2 km, repleta de montes e montes de lama... iria eu demorar quase uma hora e meia. Quedas e mais quedas, vi vários atletas a quebrar os bastões na queda. A terminar este acepipe... ainda havia uma descida íngreme de calhaus e pedras e mais uma hora perdida. Onde numa situação de piso seco demoraria cerca duma hora, levou 2h30.
A subida a Zelatun (1200 mts de desnivel) foi feita de madrugada debaixo duma chuva torrencial. Estava previsto sol até à tarde de sábado mas tal não se verificou. As subidas eram tão escorregadias como as descidas. Cheguei com 17h20 de prova. Até ao próximo Controle em Tolosa (77 km) teria de o conseguir até às 20h de prova, caso contrário terminaria aí a minha epopeia. Só nos três km seguintes perdi logo quase uma hora e meia. Seria impossível neste ritmo atingir as 20 horas aos 77 km. Sei agora pelos tempos de passagem de muitos atletas que os últimos 10 km até Tolosa demoraram entre 3h30 a 4h30 quando eu apenas tinha 2h40.
Nesta altura em que faltavam entre 6 a 7km e o tempo disponível já não chegava, além de estar mais preocupado com o relógio do que desfrutar da prova, que resolvi parar e apanhar o Jipe da Cruz Vermelha até Tolosa onde entregaria o chip/GPS. Na Classificação final fiquei em 231º com quase 5.000 mts de desnível positivo.
Embora a organização confirmasse que foi a pior das quatro edições em condições atmosféricas adversas, não fez qualquer alteração aos tempos limite de controlo de passagem, pois mais de metade dos atletas passaram antes do fecho do tempo previsto. Na meta apenas chegaram 150 dos 271 atletas cronometrados.
Surpreendeu-me pela positiva a amabilidade, simpatia e zelo com que fui recebido bem como como ao longo de toda a prova. Apesar duma língua difícil de entender deste povo Etarra, foram sempre extremamente cordiais, zelosos e duma preocupação extrema da n/segurança e bem estar. Nunca tinha visto numa prova internacional tanto apoio e segurança médica. Eram 1200 voluntários para cerca de 300 atletas. Marcação do trilho irrepreensível, abastecimentos fartos e bastante diversificado, além de pontos de comida e bebida dados pelos habitantes locais que insistiam que nos abastecêssemos.
Outro facto curioso foi de em quase todas as fontes de nascente nas montanhas, existir um púcaro pesado em alumínio preso por uma corrente, para que qualquer viajante pudesse matar a sua sede.
Em Tolosa, depois dum bom banho e duma boa refeição, fiquei a saber das desistências de vários atletas “Tugas”: Pedro Marques, Ricardo Diez, Ângelo Pereira e o Rudolfo Rapaz que desistiu comigo.
Uma prova quanto a mim mais dura tecnicamente que a do Mont Blanc mas duma excelente organização além de financeiramente mais acessível. Com uma melhor preparação logística e alguns dias antes para descanso e visita. Aconselho.
Só tenho pena de não ter feito a subida ao monte Txindoki. A paisagem lá de cima no topo deveria ser de cortar a respiração
Por alguma razão as paisagens são totalmente verdejantes, pois a humidade e chuvas repentinas mudam completamente duma hora para outra.
Esta prova na qual depositava grandes expectativas, foi alvo dum mau planeamento de ultima hora. Por razões profissionais só consegui o dia de sexta-feira (dia da prova) pelo que tive de fazer a viagem (quase 1000 km em 9h30) toda na noite de quinta para sexta, fazendo uma a duas pausas para dormitar. Não pude contar com o meu filho para conduzir pois devido a ter arranjado emprego na semana passada impossibilitou que nos acompanhasse. Felizmente deu para cancelar o quarto para os filhos sem quaisquer encargos.
Como também não consegui o dia de segunda-feira, implicava que teria de fazer a viagem de regresso na noite de domingo para segunda o que implicaria mais uma noite sem dormir. Teria a Paula de fazer a viagem toda de regresso a conduzir.
Chegámos na manhã de sexta, levantámos o dorsal e fomos até ao Hotel na tentativa de descansar um pouco, o que foi quase nada. Praticamente depois de almoço já estávamos na partida para entrega dos sacos para muda de roupa, controle de material e inicio da prova.
Começamos logo por subir á montanha com um desnível de quase 1800 mts até aos 20 km, que atingi com 3h52 (38' antes do controlo). Chovia torrencialmente e havia muito nevoeiro, com temperaturas baixas. É incrível que mesmo com este tempo e num sitio deserto, havia uma quantidade de gente a aplaudir e a incentivar os atletas.
Cheguei aos 53 km com 12h30 (uma hora antes do tempo limite) o que me fez acreditar ser possível ultrapassar os controles muito restritos até aos 80 km. Tal como no Mont Blanc, a partir daqui começam a ser mais dilatados. No entanto o pouco descanso que tive, a privação do sono e o cansaço da viagem faziam os seus danos. Por várias vezes me dei conta de dormir em corrida, apesar da cafeína da coca-cola e os diversos cafés nos abastecimentos.
Mal eu sabia que esta nova etapa até aos 66 (de apenas 13 km) iria demorar quase 5 horas. Só numa descida a pique de pouco mais de 2 km, repleta de montes e montes de lama... iria eu demorar quase uma hora e meia. Quedas e mais quedas, vi vários atletas a quebrar os bastões na queda. A terminar este acepipe... ainda havia uma descida íngreme de calhaus e pedras e mais uma hora perdida. Onde numa situação de piso seco demoraria cerca duma hora, levou 2h30.
A subida a Zelatun (1200 mts de desnivel) foi feita de madrugada debaixo duma chuva torrencial. Estava previsto sol até à tarde de sábado mas tal não se verificou. As subidas eram tão escorregadias como as descidas. Cheguei com 17h20 de prova. Até ao próximo Controle em Tolosa (77 km) teria de o conseguir até às 20h de prova, caso contrário terminaria aí a minha epopeia. Só nos três km seguintes perdi logo quase uma hora e meia. Seria impossível neste ritmo atingir as 20 horas aos 77 km. Sei agora pelos tempos de passagem de muitos atletas que os últimos 10 km até Tolosa demoraram entre 3h30 a 4h30 quando eu apenas tinha 2h40.
Nesta altura em que faltavam entre 6 a 7km e o tempo disponível já não chegava, além de estar mais preocupado com o relógio do que desfrutar da prova, que resolvi parar e apanhar o Jipe da Cruz Vermelha até Tolosa onde entregaria o chip/GPS. Na Classificação final fiquei em 231º com quase 5.000 mts de desnível positivo.
Embora a organização confirmasse que foi a pior das quatro edições em condições atmosféricas adversas, não fez qualquer alteração aos tempos limite de controlo de passagem, pois mais de metade dos atletas passaram antes do fecho do tempo previsto. Na meta apenas chegaram 150 dos 271 atletas cronometrados.
Surpreendeu-me pela positiva a amabilidade, simpatia e zelo com que fui recebido bem como como ao longo de toda a prova. Apesar duma língua difícil de entender deste povo Etarra, foram sempre extremamente cordiais, zelosos e duma preocupação extrema da n/segurança e bem estar. Nunca tinha visto numa prova internacional tanto apoio e segurança médica. Eram 1200 voluntários para cerca de 300 atletas. Marcação do trilho irrepreensível, abastecimentos fartos e bastante diversificado, além de pontos de comida e bebida dados pelos habitantes locais que insistiam que nos abastecêssemos.
Outro facto curioso foi de em quase todas as fontes de nascente nas montanhas, existir um púcaro pesado em alumínio preso por uma corrente, para que qualquer viajante pudesse matar a sua sede.
Em Tolosa, depois dum bom banho e duma boa refeição, fiquei a saber das desistências de vários atletas “Tugas”: Pedro Marques, Ricardo Diez, Ângelo Pereira e o Rudolfo Rapaz que desistiu comigo.
Uma prova quanto a mim mais dura tecnicamente que a do Mont Blanc mas duma excelente organização além de financeiramente mais acessível. Com uma melhor preparação logística e alguns dias antes para descanso e visita. Aconselho.
Só tenho pena de não ter feito a subida ao monte Txindoki. A paisagem lá de cima no topo deveria ser de cortar a respiração
Re: 11-JUL-2014 - EHUNMILAK - 168K
Carlos que relato incrivel. Mesmo com todas as adversidades continuas a ser um campeão. Parabéns.
Vítor Rafael- Mensagens : 154
Data de inscrição : 07/03/2011
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